Um milhão de pessoas tornaram-se deslocadas internas por causa dos extremistas
No dia 30 de dezembro de 2022, membros do Estado Islâmico mataram duas pessoas e feriram outras quatro na área rural do estado de Cabo Delgado, em Moçambique. Imagens de casas incendiadas na vila de Namande foram publicadas nas redes sociais dos extremistas. Na publicação, eles assumiram a responsabilidade pelos ataques à “vila onde os cristãos moram”.
“Estávamos preparando o jantar quando
ouvimos os tiros. Percebi que eram os terroristas, avisei minha família e
fugimos”, disse em entrevista um morador da vila atacada. Forças do
governo organizaram várias operações para parar os jihadistas em
Namande, mas os confrontos continuaram noite a dentro, forçando as
pessoas a fugirem do local.
Um milhão de deslocados internos
A província de Cabo Delgado está
enfrentando uma insurgência armada desde 2017, com muitos ataques do
grupo Estado Islâmico que geraram um milhão de deslocados internos,
na maioria cristãos, e quatro mil mortes. A crise ocupou as primeiras
páginas dos jornais locais em março de 2021, quando jihadistas atacaram a
cidade de Palma, no Norte de Moçambique, onde fica a sede de um projeto
de extração de gás da empresa multinacional francesa TotalEnergies.
Os extremistas controlaram a região
por um pequeno período de tempo, mas depois do ataque de março de 2021, o
exército moçambicano recebeu apoio de cinco mil soldados da Comunidade
Africana para o Desenvolvimento (SADC, da sigla em inglês), conseguiu
derrotar o grupo e reconquistar a segurança na cidade e nas redondezas.
Um novo alvo
Como a província de Nampula
não é uma região economicamente relevante, se tornou o novo alvo dos
extremistas. Um relatório da ONU mostrou que sete cidades no estado de
Cabo Delgado sofreram ataques, gerando 49.226 deslocados internos, sendo
mulheres e crianças a maioria deles. As missões cristãs são os
principais alvos dos jihadistas.
O último ataque na sexta-feira passada
evidencia a crise sociopolítica que o Norte de Moçambique está vivendo.
A Portas Abertas continua as atividades no país por meio de parceiros
locais. Em 2022, distribuímos alimento para os cristãos cujas
necessidades não foram plenamente atendidas pelo Estado.
Muitas famílias muçulmanas estão
confusas e surpresas com a situação, já que a maioria dos jihadistas são
jovens muçulmanos do país. Ou seja, repentinamente, essas famílias veem
filhos, irmãos e parentes se tornando extremistas e realizando ataques.
Pedidos de oração
- Agradeça a Deus pela mobilização do governo de Moçambique para cessar os ataques extremistas e peça ao Senhor que o abençoe com sabedoria e estratégias.
- Ore pelos deslocados internos que, além de deixarem suas casas, carregam traumas por causa dos ataques e precisam de cuidados.
- Peça ao Senhor que mude as intenções e planos dos extremistas islâmicos por meio da graça salvadora de Jesus.